sábado, 20 de outubro de 2012

Antissocialismo Parte 2/12

 Esta é a segunda parte do documento sobre Antissocialismo. Para ler outras partes já divulgadas, utilize os links a seguir:




 Como já explicado anteriormente, o antissocialismo pode ser oriundo de desgraças ou infelicidades ocorridas no passado de determinados indivíduos. Com base nisso, criei eu mesmo um depoimento de um um personagem criado por mim e que apresento a seguir:

"Olá, meu nome é Marcos, tenho 25 anos e sou antissocial. No decorrer da minha vida passei por coisas muito difíceis, quando tinha 18 anos vivenciei minha avó no leito dos hospitais, eu a amava muito, ela me criara dos cinco até os dez anos, pois meus pais na época passavam por dificuldades financeiras e não podiam me sustentar. Ao passar do tempo, fui se apegando cada vez mais a minha avó, que era uma senhora muito gentil, humilde e conselheira, na minha infância não tive muitos amigos, portanto a considerava desde novo, a melhor de todas.
Não suportava vê-la sofrer, chorei muito no ombro de minha namorada, que estava comigo desde os meus 15 anos. A minha avó sofreu por muito tempo, foi mais de um ano e meio internada por causa de uma doença que não pretendo revelar. No final tudo deu certo e ela pôde voltar para casa, porém cinco meses depois, um outro acontecimento mudou totalmente minha vida, eu tinha vários amigos, ainda me lembro os detalhes de cada um deles, mas estava prestes a abandoná-los. Naquele dia tive uma discussão muito séria com meus pais, iam todos para uma viagem de família, lembro-me da animação que minha irmã se encontrava, porém algumas coisas deram errado.
Briguei feio com os meus pais, acabei por ficar em casa e deixá-los ir, o problema é que eles realmente se foram. Pela noite, recebi um telefonema informando que minha família havia sofrido um acidente de carro e não sobreviveram, imaginei em uma fração de segundos eles desaparecerem nas chamas, desmaiei, e quando acordei todas as lembranças passavam pela minha mente, me recordei do último sorriso que vi no rosto de minha irmã e lembrei também das últimas palavras que havia dito aos meus pais. Palavras que fizeram minha mãe chorar, palavras que me incomodam até hoje, antes deles partirem gritei: "Eu odeio vocês". Era mentira! Eu estava irritado, tudo o que eu queria era eles de volta, ou pelo menos ter a chance de retirar o que eu disse.
Fiquei a madrugada em claro, antes de amanhecer liguei para minha namorada, se chamava Aline, contei choramingando tudo o que tinha acontecido. Aline era uma pessoa incrível, eu a amava do fundo do coração, ela sempre foi uma pessoa meiga, compreensiva, e mais do que minha namorada, ela era minha amiga. Disse a ela que a amava muito e que ia passar um tempo fora da cidade, pois ia para a casa da minha avó, ela precisava saber e eu precisava contar, para isso iria com calma. Só que eu não estava calmo, e minha avó me conhecia muito bem, sabia que eu não estava legal, chegou um momento em que não consegui conter o choro, disse a ela que havia discutido sério com meus pais. Ela havia perguntado se era por isso que eu estava lá, foi aí que neguei e contei toda a verdade a ela.
Minha avó ficou em choque, o silêncio percorreu a casa, mas logo foi quebrado pelo noticiário na TV onde uma repórter dizia: "A polícia ainda investiga a causa do acidente de carro ocorrido nesta semana". Minha avó não suportou, caiu ao chão e teve um ataque cardíaco. Infelizmente outra vez, as últimas palavras que saíram da minha boca não foram confortáveis, disse nos seus últimos segundos de vida: "A culpa foi minha". Foi uma cena marcante ver a minha avó cair ao chão e morrer sem que eu pudesse fazer nada.
Meu celular estava descarregado, passei a outra semana sem carregá-lo, fiquei nas ruas, quando conseguia dormir, era em qualquer lugar, não queria mais viver, mas me faltou coragem de me matar, embora não se importasse mais com minha vida. Acredito que naquele momento, as raízes do antissocialismo cresceram em mim, tudo que estava guardado em mim eram as tristes e felizes lembranças de todos que se foram. As palavras sumiram da minha boca, restou somente o silêncio e a expressão de um homem de vinte anos que já não se importava nem com ele mesmo.
Voltei para casa, carreguei e liguei o celular, li várias mensagens que Aline mandara para mim dizendo resumidamente que sentia muito minha falta, que não era para eu abaixar a cabeça mesmo quando todos os pesos caíssem sobre mim. Aline me restara, eu precisava ver ela, não deu tempo de avisar sobre minha visita, mas eu sabia que ela estava em casa.
Não perdi tempo e fui até lá, porém quando cheguei, mais uma vez, a vida me surpreendeu, antes de tocar a campainha, vi ela pela varanda aos carinhos com aquele que considerava o meu melhor amigo, algo a fez olhar para o lado e me ver, ela tomou um susto e foi correndo até a porta, quando abriu, notei que estavam dando uma festa na sua casa. De princípio, ela tentou demonstrar surpresa e alegria ao me ver, eu estava paralisado, não me movia, então ela falou uma série de besteiras revelando que com a minha ausência havia se apegado ao outro. As lágrimas não paravam de descer pelo meu rosto e atrás dela, só pude observar aqueles que eram meus amigos cochichando sobre algo que eu temia saber.
O único motivo que me faz se considerar forte foi não ter se suicidado naquele dia mesmo. Depois de perder todos que eu amava em menos de um mês, nunca mais tive uma conversa social com ninguém. Hoje, cinco anos depois, ainda sinto a dor, o vazio e por conta disso, não consigo prestar atenção no que ninguém diz para mim, deixando tudo no ar.



 Analisando o triste depoimento de Marcos, percebe-se de onde se originou nesse exemplo, o antissocialismo. Em pouco tempo, Marcos perdeu todos que amava, isso é pior que morrer, se apenas uma pessoa se vai, já se deixa um vácuo tremendo, já se leva uma parte do indivíduo, o que é difícil para recuperar, imagine perder todas suas partes, ser estraçalhado como vidro pelas infelicidades da vida. É quase impossível de se recuperar.

 Por conta disso, nasceu e cresceu então, em Marcos, o antissocialismo, que durante muito tempo o impediu de conversar com as outras pessoas e o fez com que conservasse o silêncio. Provavelmente isto perdurará por muito tempo ou até o momento da sua morte. No caso de Marcos, além de se tornar um antissocial, ele pode se tornar uma pessoa depressiva, solitária, perturbada e pode ficar mais exposto a doenças, sejam físicas, emocionais ou psíquicas.

By: Zetrusk

5 comentários:

  1. Realmente perder as pessoas amandas é pior que a própria morte.

    http://snestalgia.blogspot.com.br/

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  2. Pensei q era sobre socialismo como doutrina econômico-política.

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  3. tive muitas perdas nessa vida. prefeiro ficar sozinho na maior parte do tempo, mas não me considero antisocial, mas sim seletivo.

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  4. Já tive muitos problemas com isso na minha vida, já fui muito anti-social, ao ponto de ficar doente e preferir ficar só. Hj ainda bem que superei e consigo viver normalmente, mas admito que prefiro ficar sozinha muitas das vezes, dificilmente me sinto feliz junto das pessoas,o que é ruim já que um dia vou perdê-las, mas é algo que está dentro e não se muda facilmente. Ainda mais quando a pessoa não aceita ajuda, ou não tem ninguém para ajudar.

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  5. eu sou antisocial n por opção é que simplesmente quando as outras pessoas vão falar comigo me falta assunto

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